Inclusão e diversidade de gênero na engenharia

POR CARLA COIMBRA – Departamento de Recursos Humanos


É perceptível que a maioria dos cursos de engenharia ainda é composto majoritariamente por homens. Isso pode ser explicado pela história: ainda no Renascimento, com a ascensão da engenharia como profissão durante o século XVIII, o termo tornou-se mais estritamente empregue para designar as atividades para cujos fins eram aplicadas a matemática e a ciência, que eram predominantemente dominadas por homens. As poucas mulheres que se destacavam neste ramo não são conhecidas, por terem seus artigos publicados por homens.

A área de engenharia no Brasil é uma das que mais tem preconceito de gênero. Apesar do aumento no número de mulheres entrando em cursos de engenharia, cerca de 133% entre 2003 e 2013, segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), ainda assim os números de registros por gênero mostram a predominância masculina na área: 86% dos engenheiros do país são homens contra 14% de mulheres, de acordo com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).

Hoje, em muitas empresas, é fácil observar que mulheres não estão incluídas na corporação, principalmente em posições de liderança. Ainda é uma luta para o gênero feminino se impor no mercado dessa área. Até mesmo em processos seletivos é visível a preferência de empresas por homens. Além disso, para conseguir o emprego, as mulheres precisam provar ainda mais a sua capacidade. O gênero feminino ainda enfrenta mais um obstáculo ao procurar por um emprego porque algumas empresas acreditam que ela terá menos disponibilidade para o trabalho devido aos cuidado com a família e a casa.

Uma pesquisa salarial feita em março desse ano pela Catho apontou que as mulheres ganham menos do que os homens em todos os cargos. A pesquisa avaliou 8 funções, de estagiários a gerentes. A maior diferença é na área de consultoria, na qual os homens ganham 62,5% a mais do que as mulheres. Para cargos operacionais, a diferença entre os salários chega a 58%, e para especialista graduado é de 51,4%. E o ranking continua: especialista técnico (47,3%), coordenação, gerência e diretoria (46,7%), supervisor e encarregado (28,1%), analista (20,4%), trainee e estagiário (16,4%) e assistente e auxiliar (9%).

Com pequenos passos as mulheres vão conquistando seu lugar por direito na área de engenharia e no mercado de trabalho no geral. É importante perceber que a luta está cada vez mais forte e a pauta cada vez mais discutida mundialmente. Algumas universidades visam uma maior inclusão e diversidade, como por exemplo com a existência do grupo WIE, woman in engineering, que busca dar cada vez mais espaço pro gênero feminino dentro da área.


Edição: Lívia Almeida

Fontes: Profissional e negócios | G1

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