O Feiticeiro de Menlo Park

POR FERNANDA VIANNA – Departamento de Marketing


“Eu não falhei. Apenas descobri 10 mil jeitos que não funcionam. Essa é uma de muitas frases creditadas a Thomas Alva Edison, considerado um dos maiores inventores da história moderna. Detinha mais de 1000 patentes nos Estados Unidos e foi o precursor em muitas áreas tecnológicas com criações como projeção de imagens em movimento, bateria de carro elétrico, o fonógrafo e a lâmpada incandescente.

Nascido em 11 de fevereiro de 1847 em Milan, Ohio, era o mais novo dos sete filhos de Samuel e Nancy Edison. Seu pai foi um político exilado do Canadá, já sua mãe foi professora, sendo considerada uma grande influência nos primeiros anos sua vida.

Desde cedo, Thomas Edison mostrava traços de uma grande personalidade. Foi considerado uma criança difícil e hiperativa por seus professores, tendo frequentado uma escola por apenas 3 meses. Com esse panorama nada favorável, a solução encontrada por sua mãe foi ensiná-lo em casa, o que despertou no jovem Thomas um desejo incansável de conhecer mais, um desejo de ser autodidata. Ávido por conhecimento, estudava de forma independente, característica esta que levou para sua vida adulta.

Seu primeiro emprego foi aos 12 anos e consistia em vender jornal aos passageiros da linha ferroviária Grand Trunk, em Michigan. Explorando esse acesso as notícias, desenvolveu seu primeiro empreendimento: um jornal chamado “Grand Trunk Herald”, grande sucesso entre os compradores. Foi nesse mesmo ambiente que Edison entrou em contato com o Telégrafo, sendo aprendiz de um dos operadores da linha ferroviária. Aos 15, Thomas já sabia o suficiente para ele mesmo ser contratado como operador, mas nem por isso deixou de estudar. É dessa forma que passa a se aproximar cada vez mais da parte da ciência ligada a eletricidade.

Trabalhou como operador de telégrafo até meados de 1869, viajando por várias cidades dos EUA, até que o desemprego de seu pai e complicações das doenças mentais de sua mãe o fizeram voltar para casa. Edison, nessa época com 22 anos, percebe que cabia a ele melhorar a situação da família. Mudou-se para Nova York, onde produziu sua primeira invenção de sucesso, o Universal Stock Printer, sendo este um sistema que sincronizava várias transações de ações. Seus direitos de uso foram vendidos por U$40.000 dólares para a empresa The Gold and Stock Telegraph Company. A partir desse momento, Edison pôde se dedicar a ser inventor em tempo integral.

Na década de 1870, já era considerado um grande inventor. Empreendedor independente, montou uma manufatura e um pequeno laboratório com alguns empregados em Newark, Nova Jersey. Lá desenvolvia inúmeros produtos, ofertados e vendidos pelo melhor preço. É nesse cenário que aparece uma de suas maiores contribuições na ciência, a lâmpada elétrica incandescente.

Ao contrário do que se acredita, Thomas Edison não inventou a primeira lâmpada, mas foi ele que a desenvolveu, criando a tecnologia a qual permitiu que esta fosse distribuída e comercializada. Depois de comprar uma patente de Henry Woodward e Mathew Evans, Thomas pôde fazer as suas próprias melhorias em um trabalho que teve contribuição de muitos outros. Em 1879, garantiu sua própria patente, que passou a ser vendida e manufaturada em larga escala. Um ano depois começou a desenvolver uma companhia com o objetivo de levar energia a todo o território dos Estados Unidos. Assim nasceu a “Edison Illuminating Company”, mais tarde rebatizada de “General Electric Corporation” uma das maiores empresas de engenharia e tecnologia, conhecida no mundo inteiro.

Apesar de grandes feitos, não se pode falar em Thomas Edison sem trazer à tona sua rivalidade com Nikola Tesla, que chegou a trabalhar em uma de suas empresas. O antagonismo dos dois dividiu os Estados Unidos em uma disputa comercial sobre energia elétrica. De um lado Tesla, promovendo que a distribuição de energia deveria ocorrer em corrente alternada. Do outro Edison, lutando para que o uso de corrente contínua vencesse. Nikola Tesla ganhou a “Guerra das Correntes”, mas não antes de Edison manchar um pouco da sua imagem. Na tentativa de desacreditar o seu adversário, Thomas promovia manifestações públicas, onde animais eram eletrocutados, sendo o mais emblemático o cruel episódio em que promove a morte de um elefante de circo, em Nova York, no ano de 1903.

Chegando ao final da retrospectiva da vida desse grande inventor, relembrando seus inúmeros êxitos e sem deixar de passar por seu momento mais controverso, é inegável que este homem tenha desempenhado um grande papel na história mundial. Sua participação na primeira revolução tecnológica dos EUA o tornou um dos precursores do mundo elétrico como conhecemos hoje. Dessa forma, apenas nos resta falar de sua morte. Esta ocorreu no dia 18 de outubro do ano de 1931, por complicações de diabetes em sua casa, localizada em West Orange, Nova Jersey. Muitas empresas e pessoas em todo o mundo apagaram suas luzes ou desligaram sua energia elétrica para homenagear a morte do homem que ficou conhecido como “O Feiticeiro de Menlo Park”.


Edição: Lívia Almeida

Fontes: Biography

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