O que é corrente contínua e o que é corrente alternada?
Entre o começo da história da eletricidade com Tales de Mileto no século VI, até os dias atuais, nos quais é inimaginável uma vida sem eletricidade, houve uma época de suma importância para a forma como usamos a energia elétrica, seja na engenharia, em equipamentos ou residências. Essa época é chamada de Guerra das Correntes, em que foi debatido entre grandes nomes da ciência e empreendedorismo (Nikola Tesla, George Westinghouse e Thomas Edison) sobre qual tipo de corrente deveria ser usada. A partir disso surge a pergunta: corrente contínua ou corrente alternada?
Mas, qual a diferença entre elas? Resumidamente, uma corrente elétrica é um fluxo de elétrons passando por um fio, como água que passa por um cano. Quando os elétrons se movimentam em um só sentido, então a corrente é contínua (DC), e, se eles mudam de direção constantemente, então temos corrente alternada (AC).
Qual usamos e por quê?
Voltando para a pergunta anterior, a resposta é: Nikola Tesla, uma das maiores mentes da história, ganhou a chamada “guerra das correntes”. A corrente utilizada majoritariamente hoje em dia é a alternada, e é esse o tipo que encontramos na rede elétrica residencial, por exemplo. Ela é usada principalmente na distribuição, pois a energia que usamos em casa é produzida por usinas a centenas de quilômetros, e, por isso, é vantajoso o uso da alternada, já que ela não perde muita força no caminho. Esse fato ocorre porque ela pode facilmente trabalhar em tensões muito mais altas, e quanto maior a tensão, mais longe a energia chega sem haver muitas perdas no trajeto, diferentemente da contínua. Se, por exemplo, todos os sistemas de transmissão fossem em corrente contínua, seria necessário uma usina em cada bairro para abastecer as casas com eletricidade. O grande problema da alta tensão no transporte em corrente alternada é que ela poderia provocar choques fatais. “Por isso, a alta voltagem é transformada no final em tensões baixas. As mais comuns são as de 127 ou 220 volts”, diz o físico Cláudio Furukawa, da USP.
Poucos são os casos em que ainda se usa corrente contínua. Ainda é comum vê-la em distribuições a curta distância e especialmente quando o armazenamento de energia ou a conversão utiliza baterias ou pilhas de combustível. Algumas aplicações são na eletrônica, sistemas de partida e ignição de veículos, empresas de telecomunicação e usinas modernas em países que possuem desenvolvimento rápido, como Brasil, Índia e China. A corrente contínua também é usada em alta tensão, sendo chamada de CCAT, a fim de fazer o transporte em massa de energia proveniente de usinas geradoras distantes ou para a interligação de sistemas de corrente alternada separados. As vantagens da CCAT sobre sistemas de corrente alternada incluem um aumento da potência para uma determinada linha, fato de grande importância, uma vez que a instalação de novas linhas e até mesmo a modernização das antigas são extremamente dispendiosas, além de permitir um melhor controle dos fluxos de energia.
Como mudar de uma pra outra?
Ainda assim, em muitos casos é necessária a mudança de CA para CC e vice-versa, pois alguns aparelhos residenciais trabalham em CC, e como dito anteriormente, o que nos é transmitido é a CA. Essas mudanças são feitas através de inversores e retificadores, que são equipamentos do ramo de eletrônica de potência usados para esse fim. Assim, podemos dizer que tudo o que é ligado à eletricidade, depende da corrente e é ela o fator que dá vida aos aparelhos eletroeletrônicos de todo o mundo.
Edição: Lívia Almeida
Fontes: Mundo educação | Bluesol